A infantilização do adulto é um acontecimento contemporâneo que tem chamado a atenção de psicólogos, sociólogos e educadores. Trata-se de comportamentos e estilos de vida característicos da infância ou adolescência por indivíduos em idade adulta, seja por escolha própria ou por imposições sociais e culturais. Esse fenômeno se manifesta tanto nas relações interpessoais quanto no consumo, na vida profissional e no modo como os sujeitos se posicionam diante das responsabilidades.

 O enfoque adotado nesta análise parte do campo da psicologia, reconhecendo que a infantilização do adulto não é apenas um traço individual, mas também uma construção social influenciada por fatores históricos e culturais, como por exemplo: a busca constante pela juventude, o prazer imediato e a influência dos meios de comunicação são elementos que moldam esse cenário. A contemporaneidade intensificou o comportamentos imaturos em adultos. Isso ocorre devido às transformações nos valores sociais e ao avanço da cultura do entretenimento, que enaltece a juventude como ideal de vida. Nessa perspectiva, pais superprotetores e instituições educativas também desempenham um papel fundamental, pois ao não estimularem a autonomia, reforçam comportamentos dependentes que se mantém na vida adulta. Também há o alerta para os riscos de indivíduos que, ao não desenvolverem a resiliência necessária, permanecem dependentes e inseguros diante das dificuldades da vida adulta.

 Diante das consequências da infantilização do adulto observa-se a dificuldade de assumir responsabilidades, a fragilidade em relacionamentos e a busca constante por gratificação imediata. No âmbito social, isso pode gerar baixa produtividade e dependência prolongada da família, comprometendo processos de autonomia e maturidade.

Do ponto de vista psicológico, a infantilização pode ser compreendida como resultado de fixações emocionais ou de mecanismos de defesas diante da angústia de amadurecer. Entretanto, não se pode esquecer do papel cultural, vivemos em uma sociedade que não apenas aceita, mas estimula o prolongamento da juventude como estilo de vida, a indústria cultural, ao lucrar com isso, reforça sua normalização.

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 Conclui-se, portanto, que a infantilização do adulto é um fenômeno complexo, que exige reflexão crítica. Mais do que julgar se tais comportamentos são “certos” ou “errados”, cabe compreender suas raízes e implicações. O desafio está em encontrar equilíbrio: cultivar a leveza e a criatividade herdadas da infância, sem abrir mão da responsabilidade e da autonomia que caracterizam a vida adulta. Nesse sentido, tanto a psicologia quanto a educação têm papéis fundamentais na promoção de sujeitos capazes de transitar entre esses polos de maneira saudável